Ultracolonialismo, neocolonialismo e especificidades das independências da África portuguesa

Resumo

O texto discute o fenômeno das independências africanas e a consequente situação pós-colonial a partir da implementação da política do neocolonialismo. Para tanto, toma como objeto de análise as experiências da África de língua portuguesa. Nesse sentido, busca apreender as especificidades das condicionantes históricas do colonialismo,  movimentos de independência e  a situação neocolonial dos países de língua portuguesa na África. Assim sendo, é demonstrado como a longevidade da presença portuguesa no continente africano trouxe uma série de situações as quais determinaram a forma como as independências se processaram. Do mesmo modo, analisa a situação de Portugal diante dos demais países europeus colonizadores imperialistas que permitiu aos lusitanos permanecerem em um considerável contingente territorial na África durante o século XX. Por fim, o texto lança mão dos conceitos de ultracolonialismo do historiador Perry Anderson e de neocolonialismo de Francis Kwame Nkrumah para analisar as particularidades da experiência colonial portuguesa na África e os fenômenos das independências e situação pós-colonial das nações africanas de língua portuguesa.